Antes da morte chegar lavrarei meu
Testamento nesta escritura de
Emaranhado de letras palavras
Isto é simplesmente para enganá-la
Anda ávida a beber o meu sangue
Desencarnar-me a descarnar-me a
Desossar-me faço testamento para a
Morte pensar que já estou perto de partir
Mas meu caso é prolongar-me neste
Testamento para iludi-la da melhor
Maneira possível envelheci rapidamente
Sempre ronda-me como uma ave de
Rapina abutre do ombro do barqueiro
Caronte urubu de teto de casa
Mal assombrada para distraí-la
Imortalizo-me nestas letras pobres
Nestas palavras vãs mas que poderão
Ter um efeito ilusório de prestidigitador
De falso taumaturgo de pseudo
Testamenteiro inventariante inventador
Não quero acabar meus dias igual
Ao filho do Cachimbo que quando
Cachimbo morreu do coração ficou a
Perambular largado pelas ruas da
Cidade a última vez que vi o filho do
Cachimbo andava de costas só
De cuecas todo encardido de tiriricas
Pela contramão da Rua do Rezende
Não quero acabar meus dias assim
Loucamente mais louco do que já sou
Uso palavras de demente uso letras
De bêbado frutas da insanidade que
São para a morte uma volta nela se
Outros quiséreis bisbilhotá-las não
Façais cerimônias achegai a tempo
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