O tempo fugiu a galope o vento levou-o
Lá onde nasce o destino aonde voltam
Os ossos rejeitados das reencarnações
No mar sustentado pelas ossadas descarnadas
Quando é manhã as naus vindas das grandes
Viagens siderais ancoram nos portos umas
Trazem fantasmas ancestrais outras almas
Fossilizadas costuradas nos panos das velas
Das escotilhas olhares sem retinas choram
Quando pressentem que o que constitui uma
Notícia é a encomendação do corpo a pior
Parte que fica com a terra os outros componentes
Dissolvem-se nos éteres do universo o tempo
Pregado em minhas costas como a cruz de
Madeira de lei envergava-me quem era o
Carpinteiro dessas pesadas cruzes em que os
Romanos crucificavam os cristãos? sou sou
Quem era o carpinteiro que fazia as cruzes que
Escolhia o madeiro fiz até uma de madeira
Nobre bem pesada para um homem especial
Ser crucificado a minha curvou-me as costas
Relhou-me o dorso fez-me uma corcunda a
Arrasto pelas estradas morro acima aos altos
Dos picos a cruz está encravada na minha
Pele como uma tatuagem maldita como uma
Irmã gêmea siamesa que nasceu colada comigo
Os que deparam-me nas sombras dos caminhos
Mais tortuosos fazem o sinal da cruz dizem
Que sou uma opus dei a maioria porém sai em
Disparada a gritar a pensar que sou uma
Assombração muitas vezes escuto o vade retro
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