Mendigo sapiens de sapiência a mendigar
Ciência paciência paciente de tolerância
A ter fé na esperança de que a luz do
Sol que brilha no vale amanhã trará
Bonança todo ser será bem-aventurado
Mesmo que seja refugiado em terra estranha
Estado perseguido de noite de dia
Passageiro da ânsia da agonia flagelado
Navegado em mares encapelados que
Desemboca em praias forasteiras onde o
Corpinho jaz por tudo que o capitalismo
Faz embrutecer nações estupidificar
Religiões neoliberalizar sistemas dominantes
Escravocratas colonizadores marcha de
Horrores zumbis escamoteados nos derredores
Das fronteiras muralhas erguidas de
Concreto aço braços armados
Cães de dentes afiados crianças
Chutadas velhos pisoteados mulheres
Secas que só têm a oferecer os próprios
Corpos ou os das filhas ou os das netas
Em busca duma outra salvação
Que não seja a eterna a temporária
Que atenue um pouco a aflição
Querem ser aceitos por um pedaço de
Pão um pouco d'água um espaço de
Chão ao fim da tormenta voltarem
Ao torrão agradecidas com a certeza,
De que num futuro se a situação for
Inversa farão de tudo para retribuírem a
Acolhida bem recebida ninguém quer
Ficar longe da pátria ser enterrado em
Terra que não seja a sua ou ter o
Coração plantado noutro chão
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