O que há de ser feito é um texto
Encantado que encanta até mau-olhado
O que há de ser feito é isso um texto
Que seja um feitiço uma macumba
Boa um despacho bom um trabalho
Que amarre quem pousar os olhos nas
Linhas atualmente vive-se pelo olhar
A nossa porta de entrada são os olhos
Não mais a percepção todos querem ver
Na estética literária onde o visual é fraco
O texto tem que ser visionário gosto de
Criar textos de todos os jeitos maneiras
Mas não são visuais são textos cegos
Sem olhos sem visões que depois
Caducarão nas gavetas das cômodas
Dos quartos de minha casa gosto de criar
Textos que falem de mortos ossos ossadas
Esqueletos caveiras de seres imortais de
Assombrações de fantasmas espíritos
Entes entidades sombras penumbras
Madrugadas noturnos paredes paredões
Muros falésias morros montanhas
Cordilheiras faço milhares de textos assim
Abarroto os caixotes as arcas as caixas
As traças adoram papel velho às vezes
Novos as traças são as únicas a se
Deleitarem com esses textos macabros
Textos cheios de velórios cemitérios
Cruzes encruzilhadas defuntos cadáveres
Mortalhas fãs do Zé do Caixão de putas
Pois nestes textos dos quais prezo não podem
Faltar putas doces ou azedas minhas
Prediletas raparigas prostitutas meretrizes
O que há de ser feito é um texto cheio de
Defeito pois inda não nasceu um perfeito
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