Sei lá não sei sei lá não sei não
Mas alguma coisa errada acontece
Com o meu coração mas não quero
Surpreender-me só me surpreenderei
No dia em que alguma coisa certa
Acontecer com o meu coração onde
Há uma puta ali está o meu coração
Onde há uma prostituta lá constrói
Um altar onde houver uma meretriz
É ali que vai amar é um coração
Todo descordado só se sensibiliza
Com o que é do submundo do
Subterrâneo para este coração
Transviado só essas mulheres perdidas
Desencontradas esquecida é no
Santuário dessas mulheres desossadas
Dessas mantas de charques sagradas
Que este coração aleijado maquina
Suas sórdidas deformidades este
Manietado maquiavélico sem compaixão
Refoga em sua panela de pressão suas
Vítimas prediletas sem verve para nada
Sempre na contra-mão no contra-pé
No vai vem nem na sistole nem
Na diástole mas no intervalo deste
Vão formado nestas contrações sei lá
Não sei sei lá não sei não mas
Alguma coisa sustenta este coração
Será o pêndulo da poesia? será a
Locomotiva deste comboio descarrilhado? a
Gerar num salto no espaço este poema vácuo?
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