Ao arrastar a carne no asfalto a gastura
Expôs os ossos descarnados pela autoestrada
Foram deixados nacos nacos de fibras
Seixos agora estavam nos lugares dos
Meniscos a rótula desceu ladeira
Abaixo num blomsday que caiu numa
Sexta-feira da paixão a coincidir
Com a treze sonhei com James Joyce numa
Praça da sua Dublin fundia-se
Com Fernando Pessoa Fernando
Pessoa fundia-se com James Joyce no
Paralelo não distinguia-se quem
Era quem Dublin era Lisboa Lisboa
Era Dublin as praças as ruas
O fog tudo era uma coisa só no
Pesadelo o Tejo latejava em Dublin
Fantasmagoricamente não sabia
Se estava nas aldeias portuguesas
Ou se era sombra no fog irlandês
Mas afinal de conta tudo era Europa
Só sou que não era nem o que sou querer
Ser espectro de James Pessoa querer
Ser ectoplasma de Fernando Joyce
As mulheres viradoras de tripas as
Mulheres vendedoras de buchos de
Longe sentia-se o mau cheiro ou de
Longe ouvia-se o zumbido das moscas
Que as acompanhavam as mulheres
Vendedoras de morcelas chouriços
Também com seus mosquitos verdejantes
A catinga de carniça que agradava
Urubus comia-se aquilo em festins
Em butins regados à pinga à moda do
Porto só conheci na dobrada do Fernando
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