Gostaria de sentir-me bem comigo mesmo
Duma vez por todas dar um basta pôr
Um ponto final não mais sentir-me mal
Comigo mesmo espeto-me queimo-me
Flagelo-me faço-me sofrer para sentir dor
Na ilusão de que só a dor pode fazer-me
Sentir sei que estou errado como tudo
Que há de errado comigo não acerto
Nem há nada certo desde que nasci se
Com todos os seres sempre as coisas dão
Certo os pensamentos são corretos os
Argumentos aceitos as teses são
Aprovadas as conjecturas comprovadas
Só este pobre escritor este diabo tirado a
Escrevinhador faz tudo ao contrário do
Que determina a natureza as leis
Universais como um planeta perdido
Teimo em não encontrar a órbita natural
Como um astro explodido pego o rumo
Dos planetas normais quero chocar-me
Contra a provocar o caos a provocar
Confusão a fazer com que seja cada
Vez mais confuso que sejam
Confusos confundidos nada elucidados
Em nada o nada está sempre cá comigo
Somos pares nunca ímpares mas um
Não completa ao outro fragmentos do
Mesmo meteorito que espatifou-se contra
A densidade de átomos da atmosfera o
Basta não veio nem virá pudera com
Esta ansiedade de fazer das letras estas
Palavras vadias é esperar em vão
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