Coração encouraçado de couraça que a natureza do câncer
Não vence daquele peito cheio de tumores igual à concha é
Redimido campo de futebol no dia de decisão de campeonato
É aonde se realizam corridas de cavalos em dia de
Grande prêmio não tem como abrir não tem como
Dar passagem se mexer é aí que piora mais ainda
No dia final do cancioneiro desliga a máquina
Deixa à mão a coleção o livro de canções de poesias
Deixe no ouvido a cançoneta a pequena canção
Popular musicada pode até dizer que o moribundo é
Um cançonetista é um dos que compõe canta canções
De cunho popular um Moreira da Silva um Zeca Pagodinho
Um Nelson Cavaquinho ou qualquer outro Cartola por
Exemplo fala que este cancro que escreve esta moléstia
Esta úlcera venérea é um candango qualquer pensava ser
Um utensílio de ferro com que os carpinteiros seguram a
Madeira nos bancos não passou duma sombra duma
Imagem tênue no lençol não teve o nome com que os
Africanos chamavam os portugueses não foi trabalhador
Pioneiro na construção de Brasília nem teve um poema
Escrito enriquecido sob a luz dum candeeiro o
Aparelho que servia para dar iluminação pela queima de
Querosene óleo ou gás nos tempos em que os
Verdadeiros poetas se consumiam igual a luz da vela da
Candeia para escrever à luz da pequena lâmpada dum
Bico duma vela de cera hoje os poetas escrevem à luz
Do candelabro à luz de grande castiçal com ramificações
Cada qual corresponde uma vela ou lâmpada ou lustre
Sem cadência sem a qualidade estado do que é do
Que está candente tal a poética de hoje o canto que não
Aqueceu muito a alma que não está em brasa o espírito
Que não está abrasado qualquer um só quer candidatar-se
Aos prêmios da mídia aos brilhos dos holofotes às cifras
Do grammy declarar-se poeta gênio candidato ao
Oscar apresentar-se como aquele que concorre a um
Cargo eletivo com a mentira a falsidade na voz nos atos
Ao lado dele aquele que pretende determinado emprego
Cargo ou função a colocar a candidatura com qualidade
Apresentação como se fosse um sufrágio é o naufrágio do
Cândido é o naufrágio do puro o fim ingênuo a poluição do
Branco é o alvo de todas as miras não sabemos mais
Onde o enriquecimento da poesia onde ficará o valor do
Poema a obra-prima-clássica-das-belas-artes a pureza do
Ritual religioso fetichista afro-brasileiro de influência
Jej-nagô que rende o culto aos orixás fica profanada,
O lugar onde se realiza esse ritual vira palanque a sede
Religiosa do culto não é mais respeitada a antiga
Candonga se transforma em carícia fingida a paixão
Serve para mexerico fofoca a pessoa querida é
Usada como triunfo contra os adversários candongar
Agora só em sonho adular pode gerar pesadelos só
Quem lucra é o político candongueiro mexeriqueiro
Intrigante com caneca de fel na mão com o vaso
Cilíndrico com asas sem saber voar o líquido é o
Vinagre com sal o caneco já está cheio a transbordar
É comprida a ambição o orgulho a vaidade a inveja
Toda reunião política neoliberal globalizante acaba
A se transformar num canjerê clandestino de dança que
São usados contra o povo tenho dito no meu canto de
Cantador quem tem ouvidos ouve quem canta ouve o
Cantar popular o poeta cantante ouçam o musical do
Silêncio das letras ouve o verso que é para ser cantado
Os cantares os cânticos os cantos populares ouve até
O cantarolar o trautear à meia voz o cântico o hino em
Ação de graças o canto religioso a ode quem tem ouvidos
Ouça tenho dito cantado ouça o que o cantador diz ouça
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