Ode a meu umbigo
Singelíssima cicatriz  marcada em mim
amantíssima depressão de
forma circular
e que te extasias com encanto
resoluto 
louvo em ti a proeza de estar
sempre oculto
a despeito de admirabilíssima
vontade de te desnudares
mas quando te desvelas com
contrariedade
especialmente nos já
corriqueiros casos de obesidade
piscas o olho de ciclope como
se o “big brother” fosses
vaidosíssima  demonstração de tua humana natureza
ordinariamente – oh! exibidíssimo
umbigo meu
pudicamente  te escondes sob a vestimenta
em contrariedade ao
insitíssimo desejo de te arrebatares
pois dizes ter nascido para a
admiração de teus pares 
como se dissesses – eu sou o
que sou – tão somente
muitíssimo amas o centro do palco
vaidosamente
como se adornasses feminino
tanquinho
deixas de ser umbigo
milagrosamente
passas com fingidíssima
humildade a umbiguinho
e os desvairados deste encantado
mundo
pensam sensações  pudicas e indescritíveis
mágicas e inimagináveis
encantos
como se fosses o repositório
de todos os medos
e daqueles  temores e recônditos segredos
e quando a odalisca saltitante
corcoveia
e gira e volteia
inebriantemente tal sereia
tornas-te caixas de pandora  não reveladas
e negaceias o que em ti
oculto guardas 
“USA, USA, USA the prize is mine”
 em dúbia autoadmiração posto a pensar talvez
estejas
pois sapientíssimo e bem
determinado  umbigo sejas
e exibir-te é o a que mais
ardentemente anelas
“vivas, vivas, vivas”  é o aplauso que esperas
não penses em teu
egocentrismo incauto umbigo
que acima de tudo és do mundo  a relíquia
não -  o umbigo do mundo não se sabe onde fica
e o  mundo é vasto minúsculo umbiguinho catita
 mas certo és do mundo o centro induvidoso 
pois caso  o centro do mundo não  fosses
meu não serias o umbigo tão fantasioso
a justificar  provérbio  conhecido e tão chistoso
“ele pensa o centro do mundo
seu umbigo ser”.
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