sábado, 31 de março de 2018

Lampião; Varanda da Marechal Marques Porto, 31, Tijuca, RJ/SD; Publicado: BH, 01701002012.

Lampião
Quando andou no mundo
Lá no fundo do sertão
Matou sem coração
Furou muitos umbigos
Não respeitou patrão
Meteu bronca com o rifle
Cortou com o facão
Abriu a Bíblia
Com o punhal na mão
Ditou o próprio destino
Sem perder a cabeça
Teve a cabeça cortada
Fez a cabeça,
De muita gente
Aproximou corações
Destruiu lares
eu bom emprego
Para uma corja de ladrões
Lampião acendeu a luz
Da revolta da rebeldia
Da liberdade da valentia
Nem parecia nordestino
Que era brasileiro
Bravo destemido
Lutava com ardor
Matava os macacos
Com o calor
Do chumbo de sua espingarda
Bramia o punhal
Abria as tripas
No facã
Deitava tudo ao chão
O governo o temia
Os senadores os deputados
Os mais influentes políticos
O respeitavam desesperadamente
Os macacos sofriam com Lampião
Padre Cícero
Abençoou Lampião
Que não conseguiu fazer com que
O seu sangue jorrasse
Nas veias de todos os brasileiros

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