O tempo passou na janela na porta
No portão o tempo ecoou-se como
Uma lágrima dum choro numa tarde
Gota à gota o tempo iludiu enganou
Quando chegou-se à janela era noite
Fechada o tempo fluiu pela chaminé
Em fumaça ora branca ora preta
Só sabia-se que o tempo havia ido há
Muito tempo devido a cor encardida
Da ossada devido aos ossos velhos
Do esqueleto devido ao estado
Desgastado da caveira o tempo
É inorgânico sempre nos pega com
As calças nas mãos nos faz gol
No nosso contrapé quando
Queremos fazer mea culpa zomba
De nós descaradamente diz na
Nossa cara o problema é seus
Estou a esperar lá fora na encruzilhada
Na esquina no bar da marquise o
Tempo não espera independente
Brinda-nos com belas paisagens
Mas despreza-nos ignora-nos
Monta em nossas costas sem
Piedade não é de galopar é de
Marcar passo de trote de marchador
Mas não em passo de ganso devagar
Sem pressa nenhuma lentamente
Retira o ar do canudo lá vamos nós
Sugados nem sentimos o tempo
Também não sente nada só nos
Suga como se dormisse
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