O que tira homem do ostracismo fantasma do limbo
Alma do inferno expele ectoplasma materializado
É uma obra-prima com primor de obra de arte o
Que resgata ser ente entidade das cadeias rochosas
Dos fundos dos mares das profundezas das cavernas
Tenebrosas é um poema fabuloso uma poesia
Generosa uma ode elevada marcial triunfal o
Que tem pena do infeliz poeta acorrentado às
Agruras algemado às incongruências ao
Energúmeno destino cruel dão ao rejeitado
Pão leite mel que regurgita ao amargar da
Boca que bolsa junto com o fel do estômago
Dão ao ressequido água fresca que evapora
Ao contato da língua não dão à assombração
Uma letra fantástica uma palavra inabalável
Uma filosofia pura aplicada dão tudo de bem
Natural a quem quer ser sobrenatural quer
Perpetuar-se no aquém como uma escultura
Aprisionada num bloco de mármore de Carrara
Que ao ser liberada pelo escultor só falta
Falar oferecem ao pagão salvação no
Além o que o ofende profundamente como
Um punhal cravejado cravado no coração o
Além está reservado para esqueletos caveiras
Ossos de ossadas como os doutrora hoje
Nos revelados a gesticular desesperadamente
O bastardo inglório não quer nem pai nem
Mãe nem irmãos nada quer pois tudo o que
Querem dar para quem almeja o universo
Tem o eterno é nada o que tira um bardo a
Clamar no deserto no isolamento não é a voz
Não é o grito ensurdecedor o uivo cavernoso é
A mensagem carregada de pavor que moverá
Grão por grão de areia a formar o monte de
Estimação onde o poeta depositará o coração
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