de seguir caminho velho leão na
pata o espinho não encontrei o
àndrocles para retirar o cardo ou
o cravo espetado na mão jesus
não posso sair da caverna não
tenho como ficar alerta inimigos
cercam-me predadores hienas
famintas corvos querem meus
parvos olhos míopes com
glaucoma abutres abduzem
minhas carnes urubus arrebatam
minhas carniças falcões açores
gaviões carcarás águias harpias
todos os tipos de aves de rapina
querem furar minhas cansadas
retinas picar meus ossos lobos
maus me cercam nas estepes fujo
para as predarias busco refúgio
nas falésias corro nos precipícios
ecoam os ais dos meus gritos
apelo à minha sombra não me
abandones à beira da estrada
corres de mim o quanto podes
nem olhas para atrás tens medo
de te transformares numa estátua
de sal estático tento espantar o
mal espantalho no assoalho
assombração detrás da penumbra
eclipse elipse faço a curva à
velocidade da luz na centrífuga
ou na centrípeta dou de cara com
o muro do paredão onde levo um
murro caio de cara no chão me
ralo no cascalho o reflexo do
cristal me ilude a ilusão é de vidro
fosco no lusco-fusco translúcido
quase opaco turvo sem ângulo reto
perco a reta obtuso não cruzo o
final das paralelas minhas querelas
BH, 040202025; Publicado: BH, 0240202025.
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