visitei os amigos os garçons os cozinheiros
falei com as faxineiras os seguranças as
lavadeiras passadeiras passei um bom
bocado no meio de todos a passear pelas
repartições reparti meu coração com os
corações todo mundo ali me conhecia o velho
mundo o novo mundo sabiam que
estava ali a visitar o passado no presente
com o futuro à frente não precisas fazer
alarde a pimenta arde o sal salga o açúcar
adoça o álcool embriaga a adaga corta o
punhal fura cantei com quem sabia cantar
falei com quem sabia falar ouvi com quem
sabia ouvir pensei com quem sabia pensar
amei com quem sabia amar amanhã levanto
acampamento vou embora igual a um poeta
que foi para passárgada ser amigo do rei não
sei porém vou embora com alguém não levo
nada mas posso levar tudo igual a outro
poeta levar uma mulher comigo quem mais
precisa dalguma coisa com uma mulher
consigo? estou do lado dos poetas onde há
poetas há imortalidade eternidade posteridade
poeta é ifinitude tem uma alcunha universal um
nome sideral um sobrenome espacial um
apelido dimensional tem todos os nomes como
os astros têm pode nem ser uma boa
companhia ao simples ao simplório ao singular
ímpar por ás vezes ser instável intratável porém
é um poeta nem precisa ser mais nada quando
todos querem ser tudo ter tudo até pagar para
ser para ter alguma coisa uma fotografia uma
imagem uma estátua de barro de terra de sal
vem a água dissolvente universal dissolve tudo
dissolve até o nada num letal ponto final
BH, 01201202025; Publicado: BH, 01701202025
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