Amarrado é nó dado é nó cego
Mais apertado do que nó górdio
Todas cordas do mundo me
Enforcam uma forca sem fundo
Do alto do cadafalso meus
Carrascos aplaudem ao verem meu
Corpo pendurado é um poeta alado?
É um bardo asado? perguntam todos
Abestados não é mais um injusto
Que caiu enforcado é mais um
Ímpio a pagar seus pecados não
Deixou registradas suas pegadas
Não escreveu poemas nas areias
Não ouviu o canto das sereias
Não navegou nos mares lunares
Tem muito que expiar por todas
Faltas que cometeu por onde andou
Deixou a desejar não amou
Não deixou-se amar se armou
De armas traiçoeiras enganou
Almas verdadeiras exterminou
Amizades inteiras não idolatrou
O país não honrou pais senhor
Juiz que merece este rapaz? se
Inda houvesse inquisição seria
Nosso São Sebastião faríamos com
Que uma fogueira numa noite de
São João pelo menos as labaredas iam
Queimar as cordas que o prendem
Uma vez na vida a entrar na
Morte iria se sentir livre com
Espírito em liberdade iria se sentir forte
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