Às letras malfadadas antigas letras
Às letras que ninguém mais dá atenção
As comemos mais do que churrasco
Feijão com arroz pão as bebemos
Mais do que cerveja cachaça
Conhaque café chimarrão mutilamos as
Palavras as palavras saem das nossas
Bocas mordidas a faltar pedaços
Mastigadas ao vomitarmos as
Letras que bebemos as letras que
Comemos os nacos de palavras
Cruas os bocados de expressões que
Engolimos para um prato de papel
Sofremos a maior dificuldade da
Existência vomitamos um vômito
Que nos faz mal no prato em que
Comemos nada conseguimos
Apurar vem tudo misturado com bílis
Com suco gástrico dejeto estomacal
Não temos a coragem de meter
A mão na sujeira emendar
As letras fazer remendo nas
Palavras salvar alguma coisa da
Nossa lavra interior formalizar
Um pensamento concluir um raciocínio
Manter um diálogo um discernimento
Uma percepção uma razão ou um
Fruto da nossa intuição crônica
A prosa o texto que sonhávamos viram
Pesadelos inda saímos a mostrar
Aqueles desmazelos para o desprezo
Dos que não nos amam que não amamos
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