Fez um risco com uma vara de granito
Que se despencou do céu de pedra lascada e
Céu que viu a pré-história e todas as eras e
As idades dos tempos e nesse risco riscado
Na terra que veio do céu e de céus de
Exoplanetas e nasceu a primeira poesia que
Não é quase poesia e que é a única poesia e
Ao primeiro que pegou essa vara de granito
E riscou esse chão ergueu-se um altar ao
Poeta desconhecido e a esse poeta que não é
Um quase e que não é um pseudo poeta e
Que é um quem que ninguém sabe quem é e
Nem onde jaz o esqueleto ou a caveira com
Seu sorriso eterno ou a vara que fez o risco
Riscado no tecido de terra e que nunca foi
Apagado e é o primeiro e único e último
Risco que todo poeta desesperado tenta
Descobrir nos sítios dos antepassados e dos
Ancestrais e quem descobre esse risco no
Infinito corre o risco de perder a vida e corre
O risco de perder a morte ou de virar uma
Cabeça de burro enterrada num monturo
Mas não corre o risco de perder a poesia.
BH, 0190202021; Publicado: BH, 050702022.
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