tudo que faço por ti
e por muito que penso que faço
sempre penso que fiz pouco
e que deveria ter feito muito mais
e nunca é o suficiente
quando é o que se faz
pelo que se ama
e te amo desde que teus olhos
pousaram nos meus
em poses para fotografia
dos meus cristalinos
nas paredes das minhas retinas
e os meus olhos fizeram dos teus
ninhos de passarinhos
e te amo mesmo ao saber
que nunca serei amado por ti
e nunca serei correspondido
por nenhuma migalha do teu amor
e te amo com devoção de cão
e como o boi que se entrega
passivamente ao sacrifício
pelas mãos do carrasco
e te amo de rasto
ao rés-do-chão
sem sentir as batidas
do teu coração
por minha presença que
só te causa indignação
e quando caio rastejo
sem o amparo da tua mão
e te amo mesmo ao saber
que é em vão
e que o amor para ti
não faz parte
do teu mundo obscuro particular
mas te amo
até não poder mais te amar
BH, 0501002021; Publicado: BH, 0290702022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário