A minha vida é uma bacia sem fundo
Uma canoa furada uma
Peneira por onde tenho que carregar
O mundo sinto que sou um barco
Sem rumo vivo à deriva não
Tenho bússola para transpor a
Tempestade nas ondas violentas
Do mar sou jogado dum lado
Para outro acabo sempre despedaçado
Nos escolhos pedaços de mim ficam
Presos aos rochedos minha esperança
Sempre morre na praia já não
Abro mais os olhos nem sou
Visto com bons olhos para quem
Olha para o horizonte já sou
Um estorvo para com quem quer passar rente
A mim causo impressões ruins a
Quem respira o mesmo ar que respiro
Poluo a natureza depois nem
Lembro-me mais não fico ressentido
Nem demonstro arrependimento
Ou remorso quando agrido com
Minha imagem os espelhos de cristais
Não retifico minha conduta
Não passo minha alma por uma
Retífica então meu espírito se
Encolhe procura as neblinas
Os bafos horríveis as esferas sem luz
Até hoje trago a mão presa numa
Cabaça a fruta que seguro
Dentro dela já apodreceu a
Outra mão que enfiei no buraco
Do tatu foi picada por uma serpente
Que me envenenou é por
Isso que agora minha vida é
Envenenar o mundo
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