Gostaria que meus poemas bastassem-me
Que não tivesse sede de mais nada
Ao perguntar por que viver numa sociedade
Onde a predominância é ter tudo?
Só é uma sumidade quem tem
Não tenho nada não quero ter nada
Nem ser nada gostaria que todos
Se metessem com suas vidas me deixassem
A sós comigo mesmo a poesia
Para que segurança garantia confiança?
Somos só uma larva dum projeto
Mal acabado só quero que o meu
Acabamento seja apenas estas palavras
As letras que as compõe as frases
Que irão formar ou não não
Quero ter sonho de ambição não
Forcem-me a ter o que não quero ter
Nem a ser o que não quero ser
Porra basta já perdi a vida toda
Tentar ser o que não sou não
Pensar em agradar a mim
Sim agradar a Deus ao diabo à morte
À vida ao mundo ao universo
A única pessoa que pensava em
Não agradar era a mim mesmo a
Última em tudo era o mesmo
Gostaria que me bastasse com a
Minha inconsciência insignificância
Não quero ter consciência de nada
Nem conscientização nem conscientizar
Cada um carrega sua própria cruz
A minha está cravada nas minhas
Costas até a raiz uma estaca de
Madeira de lei daquelas feitas para vampiro
(Não é à toa que meu nome é Ivan)
Está cravada no meu peito uma
Marreta a bate contra meu coração
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