precisas esquecer precisas viver não
quero não faço mais questão de viver
quero só te ver nas coisas nas quais
não te via não quero ver outra assombração
quero ver só a tua aparição a tua
visagem miragem não me importa o
que os outros vão dizer o que me
importa é te ver aparecer no espelho
que tinha medo que quebrasses na
janela donde olhavas o nada o teu
nome na placa do cemitério a campa
rasa sem o epitáfio tu amarrado nas
macas entubado a morte chegava
enquanto fugia de medo de te ver
morrer morrestes sem sentir que
morrias enquanto corria avenida
fora a querer atravessar entre os
carros sem olhar aos lados para ser
atropelado não saber da verdade que
havias morrido mas morrias de
verdade a deixar-me morto absorto
abstrato oblíquo sem entender o
absurdo que a morte causa ao ente
que a gente ama se amei alguém
ao não amar nem a mim mesmo
amei a tu que morreste a matar-me
a seguir morto atrás de ti
que nem me conhecias
BH, 0170402024; Publicado: BH, 020502024.
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