Não ouçais o que digo é que só sei charlatanear
Exibir modos falar como charlatão não leiais o que
Escrevo nem leiais tanta charlatanaria linguagem
De charlartanice sou um charlador vazio um conversador
Oco um palrador desacreditado sou mesmo não
Acredito em mim sou pior do que pastor de
Igreja evangélica padre de paróquia o
Charcuteiro o que prepara vende carne de porco
Linguiças salames não quer a minha carne
Para usar fala que é charqueiro de baixa qualidade
Que é charqueação de charcoso de charcos lamacentos
Que não servem para a alimentação expus-me na charcutaria
No comércio de mercadorias de charcuteria o charqueador o
Fabricante proprietário da charqueada não conseguiu
Vender nada do meu charqueiro estava tudo estragado
Podre imprestável o sangue azedo não ouçais meu barulho
Charangueiro é de música de charanga de charameleiro de
Tocador de charamela antigo instrumento com uma palheta
Metida em cápsula ou barrilete onde se soprava
Com força é o charão o verniz de laca oriundo da
China do Japão é a planta asiática da família
Das Anarcadiáceas de chapuz de pau fincado na
Parede para nele se pregar alguma coisa a chamuceira
De cunha de madeira para chapotar aparar as
Arestas cortar os ramos inúteis chapadar o chapinheiro
O lugar sagrado encharcado de lágrimas de dor de morte
De chapineiro que faz vende chapins o chapim
Que o antigo calçado para mulheres era a chapa que ligava
Os carris de ferro na travessa a base a peanha o calço
De ferro embaixo duma coluna o sapatinho
Elegante da Cinderela na charlateira dragona de
Metálica usada por oficiais militares quando
Falais comigo em chocalhice em chocalheiro não
Tem jeito sem brincadeira sem a sineta que
Querem dependurar no pescoço do povo como se fosse
Em animais sem caracaxá só me lembro da classe
Política minha eterna inimiga derrotada outra coisa
Que me deixa chocalhado é a elite a burguesia
Também me dixam agitado vascolejado mais
Aborrecido do que aves na época da reprodução
Mais raivoso do que galinha irritada mais chateado
Do que galinha irritada na chocagem no seu
Ninho de chitom de retalhos de chitão de sobras
De chitaria de estabelecimento de fábrica de chitas
Até que para tirar gosto de bebida alcoólica o
Chispe salgado o pé de porco defumado é bom
Só o coração as coronárias são que não gostam muito
Não me acompanheis não sou chispante nem
Ando em disparada minha corrida não é rápida
Minha velocidade mental é nula sem pressa
Com chispada de tartaruga a inspiração que
Produzo não causa o chispar não emite faísca nem
Faúlha não sai fagulha de dentro de mim a
Centelha de talento a neve encobriu de chirriante
É só o peito na dor que chirria no gozo do amor
Não sou chiripento não tive sorte fiquei na
Rua da amargura sem agasalho abrigo fiquei
Solitário só ao chiripá nem por acaso cheguei
À felicidade não tive chiripa de alegria na
Mente só armadilha na vida só trapalhada
No dia a dia só confusão chirinola infinita
Chiquismo de miséria elegância de pobreza luxo
De desgraça fanatismo de mendicância que deixa
O sobrevivente na areia quente do deserto de
Chiquel furado na mão a vasilha de couro
Ou borracha para levar água em jornada foi
Jogada fora os chiquéis estavam todos empoeirados
Cheios de pó sem uma gota d'água não morri pois
Acordei com um rabo de tatu com um látego nas
Carnes um chicote de relho de chiqueirador nas
Minhas carnes descarnadas na cabeça a coroa de
Chique-chique a auréola de planta espinhosa
O manto de xique-xique o sudário coberto de xique xique
Era só homem não era Jesus não era santo
Não era Deus não passava dum certo jogo de malha
Nas mãos de trapaceiros um chinquilho na mão
Dum chino mafioso dum chinês inescrupuloso
Um chinguiço de rodilho que os carregadores põem no
Cachaço para assentar o pau quando fazem frete a pau corda
Nenhum comentário:
Postar um comentário