Alguém se movimenta lá fora
Aguça a minha curiosidade
Não chego a me levantar
Não chego nem à janela
Quem será?
A dúvida persiste em meu ser
Em meu peito sei quem bate
Quem debate rebate
Feito peixe fora d'água
Em meu peito reconheço
As batidas resistentes
Do meu velho coração
Coração coberto de colesterol
Onde à conta gotas
Pinga por veias
Obstruídas de gorduras
Um sangue venoso ávido
Para ser purificado
Transformado em arterial
Igual leite pasteurizado
Lá fora o movimento continua
Parece movimento de enterro à tarde
Continuo deitado
Sem saber onde estou
Só verifico depois que estou em meu quarto
A janela está fechada
Pensei que estivesse aberta
Pensei que alguém
Poderia entrar por ela
Para roubar meu coração
Coração em movimento pendular
Da calçada permaneci a observar
A subida do espírito para o além
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