Sou agalhadoTenho meus galhos
Já deixei meus galhos
Sou um boi sou uma árvore
Um tubérculo e um bolbo
Vi-me agalhar com o tempo
Deitar galhos no meu lar
De filho esforçado
De peito galhudo
Forte audacioso
Ousado determinado
Sem agalhos de canalhas
Velhacarias espertezas
Finuras de finórios
Grosseiro incivi
Indelicado no agalegar
Agarotado naturalmente
Travesso traquinas
Que tem modos de garoto
Feito de feitio de homem por dentro
Sou o cogumelo agárico
Que nasce nos troncos
De árvores velhas ou cortadas
Sou um ipê da mata
Agaricáceo da família das Agaricáceas
Só não quero me agarnachar,
Vestir-me de garnacha de batina
De loba ou de toga ou de besta
Andar nu a correr índio menino
Curumirim afoito ligeiro;
Livre antes de chegar o cheiro
Do homem branco com o seu dinheiro
Que não mais deixou-me agalanar,
Engalanar meu cocar multicolorido,
Manto tupinambá até causar minha agalaxia
Ausência do meu leite natural,
Nas minhas mamas da minha mãe índia
Até matar meu néctar frugal
Que escoou todo por meu tronco letal
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