Encontro-me em estado abaulador
Tudo me abaúla arqueia
Meu espírito está a me dar a forma
Dum baú velho apodrecido
Esquecido em algum sótão
Não me encontro no eixo óptico
De nenhum ente humano
Minha imagem abaxial
Se transforma em abcesso
Minha alma abcedente
Acaba de abceder minha mente
Degenerar meu ser
Apostemar meu abantesma
Superar toda a estrutura
Que existia em mim
Só restou o que era o corpo
Abcedido todo apostemado
Campo de formação de abscessão
Agora a sobra é só
A me abcidar de mim
Cortar a força de gravidade
Cortar-me pela raiz
Amputar de meu eu
Cindir a cabeça do tronco
Deixar o corpo abcidente
Talhar ao meio as partes
A abcisão total para ver
Do tumor abcidido
Leicenço separado
Furúnculo abdicador
Que quer abdicar de mim
O pus da renúncia ao tempo
À era que o ser abre mão
Do direito de existir
Na abcissa da razão
A distância entre um ponto
Um plano fixo entre os quais
Se traça uma linha morta eu
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