que são repentes cordéis ricos em
improvisos de anônimos invisíveis
com personagens ocultas indefinidas
inexistentes ausentes que com
linguagens ferinas ferem feridas não
cicatrizam abrem cicatrizes deixam
marcas crônicas na carne envelhecida
carne que ninguém quer saciar mais
nem alguém quer ser saciado com
pelancas apodrecidas sem sal músculos
flácidos sem temperos nervos em
frangalhos ossos ralados peles rasgadas
como se fossem papéis que não
servem mais para manuscritos
que não servem mais para pergaminhos
intocáveis como os que são
guardados a sete chaves nas grandes
bibliotecas por contatem os mistérios
os segredos os enigmas da humanidade
os diálogos dos fantasmas dos demônios
das assombrações as profecias maldições
as estigmatizações o que aconteceu o
que acontece o que acontecerá com
as civilizações ossos de mártires
ossos sacros ossos sagrados ossos de
ouro ossos de nióbio ossos de mercúrio
ossos de platina esqueletos escondidos
em ataúdes tumbas sarcófagos urnas
criptas cinzas de moradores de vulcões
que nunca virão à tona por causa da
eucaristia dos códigos das leis canônicas
registrastes tudo em tuas laudas espero
muitos desconfiarão dirão que
divagas não saberão auscultar o teu
coração quando não auscultam nem
os próprios não desanimes tens
um infinito serviço com o universo
para consagrar a humanidade
siga em frente que o dia vem nascente
BH, 0190902023; Publicado: BH, 0140102024
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