Não vou chegar aos pés de Rainer Maria Rilke
Nem à perfeição das suas Elegias de Duíno
Nem vou atingir o êxtase não vou atingir o
Triunfo das odes de Fernando Pessoa faço
O meu feijão com arroz farinha meu angu à
Baiana meu sarapatel baião de dois tutu à
Mineira com o meu parco vocabulário meu
Pobre português se um dia achardes ou
Alguém achar que mereça atenção duma
Leitura darei graças a Deus então coração
Mocotó rabada bem sei que nada é novo
Torresmo à pororoca tudo que se pensa já
Se foi pensado bobó de camarão tudo que
Galopé feijoada que se escreve já foi escrito
Vatapá nada é mais ou menos feio nada é mais
Ou menos bonito é que não tenho profissão,
Buchada não estudei nem tenho diploma
Dobradinha cozido à portuguesa sou teimoso
Esperançoso fico nesta ideia fixa de me
Transformar num escritor das letras doutor
Das palavras senhor um escritor grávido de
Dar à luz a um poeta a saber que ninguém vai ler
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