No pôr-do-sol do Sanhauá
Ao lado tem a catinga do Baralho
E a favela do Porto do Moinho
E uma ponte ensolarada que leva
Ao terceiro mundo da Paraíba,
Poluída pelas chaminés da Cimepar.
Casas de taipa.
Taperas
Manguinhos sem ninho para a vida
Vidas, alagadiças.
Os filhos da fome.
Os filhos da fuga
Dão um tapa na coisa...
E curtem o Alto da Boa Vista.
E perdem-se nas ruas escuras da Imaculada
Noites violadas em busca do desejo:
Vejo-lhes sem vestes, sem vísceras, sem rostos
Corre, Maria, faz o café
Que lá vem o trem gritando apertado
Cheio de operários, de mulheres e estudantes
Lá vai o ônibus, lotado, inchado...
Pessoas apertadas, presas como sardinhas
Lá vai Bayeux trabalhar.
Lá vem Bayeux dormir.
Literalmente Bayeux???
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