terça-feira, 14 de maio de 2013

O homem pode ser de tudo na vida; BH, 0301201999; Publicado: BH, 0140502013.

O homem pode ser de tudo na vida
Menos infeliz medroso covarde
Sofrimento tristeza dor
São o alimento do homem moderno
São os acompanhamentos do homem
No seu eterno cotidiano infinito
Da mesma forma que a mentira
A ilusão a falsidade não devem
Fazer parte da vida do homem contemporâneo
Sobreviver na verdade que a liberdade
Virá ao encontro daquele que trilha
Os caminhos de mãos dadas com a retidão
Não importa quais sejam os vícios da alma
Os distúrbios do espírito da mente
Inflexão da memória a opacidade
Do sentimento peculiar oblíquo
Em si só aquele que procura romper
Com a mediocridade a ignorância
Já tem um grande efeito de causa
Romper com a estupidez já pode
Ser considerado um grande avanço
A maior tristeza que já ouvi
Da boca dum homem um dia
Foi dizer francamente
Com todas as letras possíveis
Que nunca havia lido um livro
Realmente é de doer o coração
Ter que ouvir dum semelhante
Tal afirmação de infinita vergonha
Para mim foi como se
Tivesse lançado na minha cara
Um bofetada violenta de mão aberta
Que me pegou em cheio me deixou
Sem um pingo de reação sequer
Quase chorei de tristeza pois como
Já é do conhecimento de todos
Choro por qualquer motivo
Penso que nenhum passarinho
É capaz de chorar igual choro
Fico às vezes até envergonhado comigo
Por não saber de quem foi que
Herdei esta mania de chorão
Choro por criança que sofre
Morre de fome de frio
Choro pelas prostitutas homossexuais
Choro pelos presidiários assassinos
Criminosos injustiçados
Choro pelas guerras pela miséria
Pela desgraça pela pobreza
Pelo mal que a elite causa
Ao pequeno cidadão
Pela indiferença que a burguesia
Come o seu pão
Choro por tudo que se pode imaginar
Uma obra de Beethoven ou
Uma noite de luar
A morte dum cachorro
Um peixe fora d'água
Ou um boi a ir para o matadouro
O certo é que minha gente
Não sei viver sem chorar
Sem me arrepender sem
Indignar-me por não poder
Fazer algo que possa mudar
A vida dos meus semelhantes
Porque penso que o homem
Pode ser de tudo na vida
Menos um ser infeliz triste
Não existe algo mais triste do que
Ver um homem triste a andar triste
Pela tristeza duma tarde triste
Quero um dia nascer para
Mudar essa situação na vida do homem
É hora de acabar com este estado
Espalhar a alegria o prazer o gozo
É hora da felicidade ser bem vinda
Com o fim dos elementos ruins
Que levam o homem aos extremos
Da pobreza de espírito da
Vacância cerebral mental
É hora do espírito retornar à terra
Às raízes valas campos férteis
É hora do homem parar olhar
A criança que foi um dia
Olhar o pai a mãe a mulher
Olhar o irmão o tio o avô
Olhar a avó o parente o neto
O sobrinho o cunhado olhar
Olhar também para si mesmo
Para a própria cabeça também
Para a própria barriga
É simplesmente inútil só pensar
Sou um homem moderno
Evoluído lúcido avançado
Sou um homem inteligente
Capacitado sábio intelectual
Se o homem não aprender a pensar
Com amor respeito de nada
Vai adiantar valer o valor que
Pensa possuir almeja ter um dia
Outra coisa ainda é necessário
Acabar com o medo a covardia
Sinto grande medo infinita covardia
Na alma no espírito do homem
Sinto o medo dele da burguesia do poderoso
A covardia dele junto à elite ao que
Detém grande quantidade de dinheiro
Quando se trata de homem comum
Pobre desprivilegiado abandonado
Somos autoritários duros
Grosseiros estúpidos ignorantes
Quando se trata daquele que
Concentra grande poder de renda
Aplaudimos batemos palmas
Tudo são frutos do nosso medo
Da nossa covardia injustiça
Falta de honestidade honra
Falta de coragem equilíbrio
Não nascemos na ética nem
Vivemos na razão na lógica
Quando alguém do nosso meio
Se sobressai na tentativa de
Defender a justiça a liberdade
O taxamos de louco de maluco
Até usamos outras expressões que
Não são do nosso feitio
Esta é a nossa maior desonestidade
Não aprendemos a ser honestos
Mentimos falsificamos iludimos
A verdade nos abandonou a
Realidade fugiu de junto de nós
Precisamos arregalar os olhos
Abrir as pálpebras ao extremo
Precisamos enxergar ver
Nascemos das trevas mesmo que
A luz esteja ao nosso alcance
Continuamos no escuro
Continuamos nas trevas
Não procuramos transpor
O penhasco do abismo que nos cerca
Nos impede de atingir
O amor necessário à nossa sobrevivência
Quero sobreviver para ser feliz
Se alguém quiser pode me acompanhar
Não prometo o céu nem a salvação
Não faço milagres nem transformo
Água em vinho pedra em pão
Porém almejo que um dia
O homem saia do casulo
Pegue a estrada triunfa
Caia no caminho da felicidade
Nos braços do amor no caminho da paz
O que é ruim meu irmão
Faz muito mal ao coração
Bate forte no peito deixa para atrás

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