quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sem saber que são como a palha; BH, 0110102000; Publicado: BH, 080502013.

Sem saber que são como a palha
Como a erva daninha a fumaça
Que o vento espalha desfaz os sonhos
Sem saber que são como os insensatos
São como os ímpios os varões eunucos
Permanecerei um justo casto
Não cometerei injustiça nem covardia
Não cometerei a guerra nem serei herói
Falarei sempre em paz apesar de que
Estarão sempre em batalhas
Em lutas constantes sangrentas
Em carnificinas escárnios
Em infernos criados pelos mesmos
Terei a minha parte no céu
Terei a minha estrela no firmamento
Terei a minha imagem no azul do céu
A minha parte no infinito da eternidade
Não lutarei só por minha salvação
Não lutarei só por mim
Lutarei também pelos injustiçados
Pelos injustos pelos desesperados
Lutarei por aqueles que me fazem
Ficar indignado irado
Não descansarei um dia em vida
Não pararei nem no dia em que morrer
Pois o mais importante é trazer
À claridade da luz da pureza
Os seres que se debatem nas trevas
Na ignorância da violência sem pudor
Na irracionalidade da injustiça
Do desequilíbrio social do medo
Do racismo da perseguição étnica
O anti-semitismo tortura religiosa
A liberdade tem que ser universal
Tem que existir literalmente a qualquer custo
A liberdade tem que ser ampla
Tem que ser geral irrestrita
Sem causar vergonha rubor
Sem causar constrangimento furor
Inveja ambição soberba
Ser somente liberdade em qualquer ocasião
A decretar o fim da melancolia
Daqueles que sofrem sem saber
Causam a infelicidade doutros
Causam a morte a destruição
Pregam o fim da era do tempo
Pensam que o espaço é fatal terminal
O que resta à humanidade é o caos
Uma sepultura rasa pobre
Em algum cemitério de subúrbio
Em meu amparo próprio só quero
A saída desta prisão a que me lanço
Só quero a fuga desta cadeia
Em que me encontro aprisionado
Penitenciário decrépito violento
Presidiário sem condições de
Ser reintegrado à sociedade
Que sociedade é esta que me prende?
Uma sociedade servil da burguesia
Uma sociedade lacaia da elite
Uma sociedade que se lambuza
Na podridão nas fezes igual aos vermes
Uma sociedade presa que me prende
Sem correção quer me corrigir
Assim não tenho mais para aonde ir
Não tenho mais para aonde voltar
Não posso avançar mais o túnel
Cavei no próprio concreto armado
Cavei com as mãos a deixar as unhas 
Agarradas ao cimento do muro da prisão
Realmente inda não estou preparado
Meu olhar não tem percepção
Ainda não estou preparado
Minha vida não tem condição
Será preciso que morra
Setenta vezes sete vezes de inanição
Morra de fome à míngua na ilusão
Não alcançarei a realidade da razão
Não chegarei à idade da preparação
Todo o meu tempo será jogado fora
Todo meu tempo será perdido
De mentira sucedido de verdade fluído
Só por tentar conseguir me incluir
Na era que me cerca por detrás por diante
No espaço que habito no meu meio ambiente
Só por querer existir na sabedoria
Teimar no conhecimento sem o ter
Falar em genialidade sem ser
Demonstrar inteligência agir feito asno
Agir feito autômato teleguiado
Agir como se a normalidade fosse normal
Tudo que existisse fosse suficiente
Para a satisfação comportamental
Aplaudir a mídia a multimídia
Esbanjar fama progresso superficiais
Fazer da cabeça latrina de banheiro
Fazer da cabeça retrete fossa coletiva atual
Fazer da própria mente um vaso
Pronto a receber os dejetos os restos
As sobras os excrementos o esgoto
Sem nenhuma escrupulosidade
Sem nenhuma preocupação de qualidade
Só grana cifrão consumo continuação
Vender totalmente toda a significação
A morrer indiferente indefinido na excitação

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