Por que o lírio nunca se preocupou
Em escrever algo de mais sábio
De mais genial inteligente?
Por que o lírio nunca quis
Pensar com lucidez de espírito
Sobriedade limpidez? me
Pego aqui embriagado um bêbedo
A querer pensar para ser para ter
Olhai os lírios do campo não
Ambicionaram nada eram
Mais ricos do que o Salomão
Como é impossível olhar um
Lírio inda mais um inveterado
Ébrio apaixonado por luxúria
Prevaricador como é impossível
Observar um lírio quem quer comer
Tudo beber todas possuir os três
Estados da matéria os elementos
Os sentidos os organismos quem
Quer é se cercar de espelhos de
Refletores potentes de faróis mais
Luminosos tenho é medo dos
Lírios dos vales dos campos dos
Jardins tenho é medo da verdade
Que me mostrarão prefiro
É a verdade que os meus espelhos
Refletem preciso é das vaidades
Que os outros encontram em mim
Nunca estarei satisfeito quero mais
Imagens minhas nos meus espelhos
Nas retinas dos meus semelhantes
Ouvir das bocas os elogios
Que alimentam as minhas vaidades
Sairei numa madrugada colherei
Todos os lírios de todos os jardins
Campos vales os pisarei com os
Meus pés igual Herodes fez com
As criancinhas inocentes
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