quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sobre o que poderia falar aqui hoje? BH, 0270102000; Publicado: BH, 0160502013.

Sobre o que poderia falar aqui hoje?
Se encontro-me oco vazio tanto quanto o universo
Depois da passagem dum buraco negro
Sobre o que poderia falar aqui hoje? se
Minha luz foi devorada pelas trevas
Encontro-me mais distante do que o mais
Distante dos quasares não percebo nem
Compreendo as coisas que acontecem sob
Meu nariz à volta de mim no meu ser
São revoluções transformações que não observo
São metamorfoses evoluções que não noto
Não tenho a capacidade nem a competência
De participar de fazer parte como se fosse
Um papa da utilidade da atividade não
Esta inercia de futilidade de dependência
São emanações que não sinto nem
Vejo fluir naturalmente sem precisar
Ficar com peso na consciência deprimido
Com sentimento de culpa arrependimento
Quero mudar o meu destino a minha
Condição tenho medo de morrer sem
Concluir o que estiver predestinado
A fazer aqui no meu ciclo passageiro
Tenho medo de morrer não deixar nada
Para a herança o bem da cultura e
Dos membros que fazem parte do meu dia a dia
Já tive que me conformar com a situação
Tive que me conformar com a mídia
A sociedade de consumo a globalização
Tive que me conformar com o neoliberalismo
Com a burguesia exploradora a elite agressora
Com a internet tive que me conformar com o
McDonald's a vender porcarias vinte quatro hora
Por dia a importação predatória a entrega
Da nossa economia ao especulador estrangeiro
Tenho que me conformar com a comemoração
Dos quinhentos anos de descobrimento do Brasil
Com a Igreja Universal do Reino de Deus com
As músicas do padre Marcelo Rossi
Nada posso fazer a não ser me
Recusar a fazer parte desse meio averso à
Minha condição de ser humano dotado
Dalgum teor cerebral dalguma porção intelectual
Tenho só que me recusar a fazer parte desse
Meio selvagem inóspito onde só é quem
Tem muito só existe quem lucra
Muito com as jogatinas as mamatas as
Maracutaias roubalheiras corrupções
Vou morrer não vou ver o fim desse domínio
O fim desse caminho que leva o povo ao esgoto
Que leva o povo à ruína aos chiqueiros
Vou morrer não vou conseguir sonhar
Que a minha terra mudou que acabou
O domínio da burguesia acabou a
Exploração da elite que nos brinda com
A esmola do salário mínimo o presente
Do desemprego sem solução sem esperança
Uma pessoa que sanciona uma Lei
A determinar um salário mínimo de
Cento e trinta e seis reais não pode de
Sã consciência repousar a cabeça no travesseiro
Uma pessoa que promove a quebradeira das
Indústrias empresas nacionais em pró
Das internacionais bem como vende as
Nossas estatais bancos a preço de bananas
Ainda a dar dinheiro com que a gringada
Vai comprar o nosso patrimônio não é digna
De ser respeitada de ter louvor não é digna de ser feliz
Nem falei o que vem a ser feito com
A saúde a educação a moradia
A saúde os grandes laboratórios são os que
Decidem o que deve ser feito desde que
As vendas não sejam atrapalhadas
Os remédios sumiram dos Postos de Saúde
Justamente para que o povo se vire para
Comprar nas mãos dos cartéis dos laboratórios
A educação virou uma tristeza uma mentira
Um caso de polícia com total abandono
A moradia é para quem sonha
Ou então vai para debaixo das marquises
Tantos viadutos tantos morros barrancos encostas
A ser ocupados que o governo não pensa
Tão cedo em construir casas populares
Para o povo necessitado do meio das ruas
O governo só espera que cada um solucione
O seu próprio problema sem que se
Preocupe com nada nem se atrapalhe
Nas viagens internacionais aos castelos
Palácios que tanto gosta de se ver
Fotografado lisonjeado bem tratado longe
Dum país que não tem nada a ver com
A realidade dele governo já me conformei
Também com o governo toda a sua base
Toda a sua corja de sustentação nojeira
É pena que a minha limitação
Não me dá mais liberdade a minha
Preguiça não me deixa estender mais
Também a falta de luminosidade
Que me castra me tolhe a mão
Ao não permitir que seja feliz
Sobre o que pretendia escrever hoje
Infelizmente não consegui atingir o ponto
Ideal do que pretendia falar acabei a
Navegar como se estivesse na nau dos
Argonautas a enfrentar os monstros os
Mesmos problemas que afligiram Castor Pólux
Jason os demais bravos navegadores
Só que os problemas enfrentados por mim
Se fossem enfrentar nunca sairiam
Vitoriosos mesmo se obtivessem ajuda dos deuses
Por mais valorosos que foram os intrépidos
Argonautas se tivessem encontrado pela frente
O governo do Fernando Henrique Cardoso Vulgo FHC a sua equipe
De ministros de economistas junto com o senado
A câmara dos deputados a burguesia a elite
O capital especulativo internacional a
Globalização da economia o neoliberalismo
Selvagem teriam sido derrotados exterminados
Pois a única coisa que a gangue de Brasília
Sabe fazer é exterminar derrotar os lutadores;
Não deixar margem aos navegadores não
Deixar que a tranquilidade a bonança
Reinem nas naus do povo brasileiro
Só destilo o meu ódio porque a única
Coisa que tenho para destilar é o ódio
Antes o ódio do que o ato terrorista
Antes a raiva do que as bombas as minas
Antes a ira do que o fuzil a guerrilha
Destilo a minha raiva por que prefiro
Adoeço-me no fel da minha cólera porém
Penso que é melhor do que sair por aí a fazer
Ações de violências para colocar em risco
A vida de cidadãos do povo do meu povo
Agora se esse governo merecia uma
Porrada em todo o seu conjunto
Não resta dúvidas que merecia
Pois nunca senti nada tão abominável
Do que a cara do componente chefe
Nem nos tempos de chumbo sentia tanta
Náusea revolta só em olhar um rosto
Deus queira que seja esquecido pela história
Deus queira que caia no limbo que
Seja um fantasma de quem não teremos
Nem vagas lembranças nem memórias
Vou carregar comigo a esperança de que
Nas próximas eleições nós saibamos
Passar uma borracha por cima dessa mancha
Um mata-borrão por cima dessa nódoa
Elejamos um representante preocupado
Simplesmente em agradar ao povo à nação
Que seu meio de transporte seja os braços
Do povo que a voz a voz das ruas
Que saiba fazer uma história
Construir uma saga verdadeira sem mentiras
Com liberdade sem intervenção estrangeira
Saiba proteger nossos índios nossas florestas
Impedir o corte o comércio de madeiras
Proteger a nossa fauna a nossa flora
Nossos rios lagos lagoas mares
Usar duma política protecionista
Voltada para a nossa mão de obra
A gerar empregos aqui dentro a desprezar
A influência a ganância estrangeiras
Posso até estar enganado errado
Mas tenho fé em Deus que um dia ainda
Vou merecer ver no poder alguém que
Tenha orgulho de dizer que amo
Que estaria pronto a defendê-lo com
A minha própria vida sem remorso
Tenho fé em Deus que um dia
Merecerei ver no poder alguém que nos
Cause a felicidade a alegria o contentamento
Não esse tormento e essa aflição
Que está a nos causar agora
Esse governo que só pensa em corrupção
Que só faz nos encher de mofo de asco
Cada vez que falamos em política
Esse governo que só pensa em nos encher
De vergonha de medo de covardia
Não passo um dia sem contar a hora
A clamar para o tempo correr logo,
Para que me veja totalmente livre
Desse crápula que se aboletou em Brasília
De lá vende para o mundo o que restou
Do meu tão roubado delapidado país
Que desde o colonialismo vem a sofrer
Sangria de todos os lados por todos
Aqueles que já passaram por aqui
Não perderam a oportunidade de
Levar um pouquinho antes que acabe
Tempo passa depressa para que essa
Cobra essa serpente vá embora para a toca
A deixar-me em paz livre sem
Preocupar-me a procurar palavras para
Falar o que sinto sobre essa cascavel
Venenosa que quer morder meu calcanhar

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