Morrerei de vergonha se um dia descobrireis tudo
Que está feito dito aqui não quero que ninguém
Fique a saber depois venha me Ridiculariza me
Chamar de piegas de medíocre tudo mais que a
Humanidade sabe fazer para derrubar uma pessoa
Dos seus sonhos ideais morrerei de vergonha pois
Nunca sei o que acontece comigo nem nunca sei o
Que me leva a passar horas mais horas tardes mais
Tardes a escrever coisas que não me levarão a lugar
Nenhum nem me ajudarão a sair dos buracos da
Sepultura nos quais me joguei não saio por mais
Que me pedísseis lancei-me na sarjeta na sujeira
Virei resto do resto me alimentei quando percebi
Pereci de alma espírito pensamento morri matéria
Físico de sangue carne osso de desprezo desprezível
Abandonado só sozinho a chorar a sós a me lamentar
A me esconder das claridades da luz a me recolher
Aos meus recônditos sórdidos a me estabanar de dor
A pedir a quem passasse que me jogasse um resto de
Qualquer coisa que estivesse a sobrar das sobras que
Estava a levar para alimentar os porcos dos chiqueiros
Do fundo do quintal se alguém passava por mim
Estendia a mão mendiga de mendigo andrajoso
Coberto de pústulas pedia com meu bafo vergonhoso
Um tostão ou um pedaço de pão pedia até às crianças
Que passavam diante de mim corriam desesperadas
Em busca de segurança das mães pedia socorro ajuda
Para que não tivessem mais medo de mim até hoje
Fico triste por assustar as crianças até hoje fico
Desesperado quando alguma criança sai a correr de
Mim a procurar abrigo esperança dos braços dos pais
Juro que luto juro que luto por deixar de ser assim
Juro que luto por sair desta forma horripilante
Só não encontro respaldo não encontro amparo
Para me destruir as fileiras aumentam a olhos
Vistos o número dos que querem se apoderar de
Minhas cinzas do meu pó dos meus restos mortais
Aumenta cada vez mais já não tenho mais nada para
Dividir por tantos cadáveres sedentos por um
Pedacinho de terra um pouquinho de terra para
Jogar por cima das carnes apodrecidas fujo deles
Fogem de mim e nós agora fugimos uns doutros por
Já estarmos abertos com as veias escancaradas os
Corações dilacerados o olhar dilatado a querer
Absorver todo o universo prender todas as imagens
Nas retinas guardas nalgum arquivo o que puderes
Servir de exemplo de paradigma de paradoxo de
Utilidade da inutilidade da futilidade que tentamos
Esconder na internet. no telefone celular no satélite
Artificial em todo o vazio do lugar o vazio que não
Soubemos preencher o vazio que nos deixa à mercê
Das ventanias do ciclone da fúria do furacão da
Voracidade dos vulcões meu Deus não quero apelar
Por Ti teu amor já é demasiado grande para comigo
Sei que nem mereço estar a chamar-Te assim de Tu
Tua bondade é demasiada só por deixar em
Germinar ser do calibre deste que Te fala aqui
Porém espero ser restabelecido à condição de animal
Espero ser restabelecido que possa sentir orgulho da
Obra que Tu fizeste que deixaste usufruir da mesma
Luz que usufrui as flores do mesmo ar que a natureza
Desfruta tem maior prazer de purificar só mesmo sou
Ou o que venho manchar o quadro venho derramar
Tinta sobre a pintura estragar com a minha presença
A textura da beleza que fizeste porém quero me
Restabelecer perante a Ti quero me restabelecer do
Meu mal a partir de hoje ser o ser do qual Tu
Orgulhes de ter criado a parte podre que há em mim
Retira-a lance-a às chamas do fogo da fornalha
A parte doente cura-a restabeleça a saúde no
Restante que falta para fazer jus à Tua semelhança
Muito obrigado porque Tu vais me guardar vais
Guardar também o desabafo que faço neste
Fragmento para que ninguém nunca fique a
Saber a vergonha que sinto de ser tão fraco
Tão pequeno inútil tão vil imprestável
Não quero mais ficar nesta noção de perdido:
Se estou acordado ou a dormir se estou vivo
Ou morto se estou a sonhar ou a ter pesadelo
Quero só agora ter a noção de vida que Tu
Deste-me que tenho que usufrui-la com o tempo
Oferecê-Lo pela oportunidade de viver acordei
Senti que vivo percebi que meu coração
Batia que a minha cabeça não latejava mais
Percebi que dormia que sonhava que escrevia
Deus abençoava o que escrevia pois a inspiração
Vinha totalmente d'Ele do Espírito Santo
Acabou-se em mim tudo que era fruto
Motivo de asco de náusea de ânsia
Acabou-se a depressão extrema a angústia
A agonia que me arrastava ao caos
Se acabou todo o tipo de medo de fraqueza
A minha superficialidade Deus a elevou
Ao mais alto dos céus a tornar-me sublime
Profundo sagrado não mais profano
Deus meu Deus meu que não me abandonaste
Que não me negaste a mão me deste corda
Deste força ao meu coração varreste de mim
Varreste para longe o lixo que se acumulava
Nas minhas entradas saídas a me impedir
De encontrar as respostas as soluções que só agora
Descobri que todas estavam bem perto
Era o que não as percebia por minha grande
Insensibilidade de sentimento emocional percepção
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