Sou a minha autocrítica,
A crítica de mim mesmo
Da obra defeituosa que sou
Nasci na imperfeição
Na imperfeição vou morrer
Segui a auto-estrada da vida
A rodovia para alta velocidade
Até encontrar pela frente
O muro de concreto armado
O automóvel não tem freio
O acelerador está preso na tábua
Autóctone de nascimento
Originário do país em que vivo
Não desfruto dos direitos
Que a minoria privilegiada tem
Autodidata da vida
Instrui-me na sobrevivência
Sem auxílio de professor
Homem automático
Protótipo automato
Marginal nas ações nos atos
Ser não deliberadoq
Que se processa por meios mecânicos
Sem movimento espontâneo
Sem reflexo algum
Imito os movimentos dos seres animados
Sou pessoa que me deix
Dirigir por outros bonecos
O automatismo é a minha doença
Automatizar-me foi o meu mal
Ao tornar-me mecânico
Ao mecanizar meus processos de trabalho
Tornei-me um robô obsoleto
Esquecido num centro
De oficina de reparos
Nenhum comentário:
Postar um comentário