e sei que não sou capaz
e nem mais sagaz mas
rapaz então vou mudar
o refrão
e quero é morrer em paz
e na juventude não me
importei com a mocidade
e a realidade agora me
mostra que não há mais
tempo para correr atrás
do tempo
e quando vou chorar
as lamúrias do coração
em ladainhas é o choro
da minha avó naninha
boca aberta
sem nenhum dente
no quintal
ou é o choro
da mulher do
meu tio hugulino a
jogar fora o leite do
peito que era para
amamentar o menino
na casa do alto do morro
dos velhacos donde
muitas vezes na infância
sentado na varanda para
ver o sol nascer a trazer
a esperança mas a
estupidez me fez crescer
na ignorância
e então meu irmão
não aprendi a viver em paz
e só em vão
e muito menos vou
aprender a morrer em paz
e morrerei em vão
mas sigo a trança traçada
pela vida
e nos traços da morte
se tiver o azar que
nunca deixe de ter
ou se não tiver sorte
e seguirei do sul para o norte
a cantar às cortes
e a escrever os dotes
que por acaso o ocaso
doar-me um ar de graça no
último instante de razão
que embalar o meu coração
sem noção que só levou a
vida na contramão a dizer
nunca sim
e sempre não
BH, 0310802022; Publicado: BH, 0260902022.
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