com o velho pai
que fala que é do pau velho
e nem sei o que que é isso
e um dia o ouvi falar
que era um lugar onde viveu
quando era criança
e que era muito bom
e tomava banho de chuva
e jogava pelada no campinho
e subia em pé de imbu
e de jaca
e de caju
e tomava banho de rio
e soltava papagaio
e fazia arapuca
e estilingue com pelotas de barro
para matar passarinhos
e brincava de pique
com os outros meninos
e cantava ciranda
em rodas de meninas
e já vi até uma furtiva lágrima
quando o pai velho
fala no tal de pau velho
e morre de saudades
e de lembranças
e de nostalgias
e de recordações
e de memórias com memoriol
e de mentalizações com gammar
e fico até calmo
quando reverbera
suas reminiscências
e fico até esquecido
de querer bater no pai
e dou até atenção
e assunto tudo que escuto
e ficamos reunidos
em volta da mesa
que não é
uma távola redonda
e pai velho como sempre
a desenhar garranchos
e a riscar rabiscos
que parecem arabescos
e é até bom pois que
fica sem beber
do jeito que
bebeu ontem
deixou mãe
e a irmã tristes
BH, 02101002021; Publicado: BH, 020902022.
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