e ressequido de muito antes
da idade da pedra lascada
e da pré-história da humanidade
tem diante de si
meu crânio de cromagnon
a minha caveira risonha
a sorrir para mim apaixonadamente
e que confusão me causa
essa paixão sem causa
e olha que já abandonei a caverna
cujas paredes já não há mais lugar
para as poesias rupestres
e os poemas paleolíticos
escritos com pedras
nas pedras das pedreiras
e desci da minha árvore predileta
e dum salto caí em pé
e pisei nos pedregulhos quentes
e nos cascalhos fumegantes
com os dois pés no chão
de rocha vulcânica
e via as minhas pegadas milenares
petrificadas perpetuamente
como uma obra-prima
uma obra de arte imortalizada
um poema eternizado
ou uma poesia fênix
na poeira das cinzas
levantadas pelo vento causado
pela queda do meteoro
que me trouxe as mensagens do além
e até hoje ainda registro
em escritos modernos
a revolução causada
por uma simples explosão
de universos a criar versos
no caos do aquém
BH, 02201002021; Publicado: BH, 020902022.
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