terça-feira, 1 de novembro de 2022

quando morrer quero morrer a gritar o teu nome

quando morrer quero morrer a gritar o teu nome
a rasgar a garganta no rompimento das cordas
vocais
e dilaceramento da jugular com o sangue numa
hemorragia de veia estourada
e quando morrer quero morrer loucamente no
ápice da insanidade
e no auge da decrepitude
e da apoplexia que a tua imagem causa ao meu
cérebro doentio
e quando morrer quero morrer diversas vezes
para valer a pena morrer sem ti
ou morrer sem causa
ou razão
ou morrer sem  noção
e quero morrer agarrado à tua mão tal  qual um
afogado a se afundar no mar da imensidão
e assim navegarei nas profundezas dos
oceanos abissais a ter a certeza que morri 
maior
e que te orgulharás de morte tão imensa dum
amor tão verdadeiro
e incondicional que chegou a ser corriqueiro na
boca do populesco notório o que amou
e não foi inglório
e morreu a ensurdecer o universo com seus
gritos ao nome amado
e morreu a quebrar os tímpanos dos titãs
e dos gigantes dos seres sobre humanos
e das sombras
e dos limbos dos fantasmas habitantes das
penumbras
e dos ectoplasmas materiais 
inquilinos das trevas abssínias

BH, 040302022; Publicado: BH, 01⁰01102022.

Nenhum comentário:

Postar um comentário