Quando a água vem a mim numa corrente,
Fazendo-me cantar de tão contente,
Por ver no trigo a dádiva do pão.
Humilde sei que sou. Minha missão
É transformar a rútila semente
Para que seja a benção permanente
Na boca que se abre em gratidão.
Sou templo de farinha. Sou moinho.
Ela se junta ao sal, ao mel, ao vinho,
Faz-se o poema branco da virtude.
Vem um dia me ver. Você decerto,
Nem se lembra de mim, tão longe e perto.
Come o teu pão. Fiz o melhor que pude.
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