Não entendi nada também pudera nunca pude entender nada
Finjo que entendo que compreendo que sei na verdade
O que sou é uma mentira na realidade uma falsidade no
Hoje o ontem no futuro o passado no presente o ausente
Nunca fiz nada não faço nada penso que nunca farei
Nada preciso sempre de algo busco o que não sei o
Que não encontro quando encontro não é o que
Busco muito menos o que procuro decepciono a
Mim mesmo a todos que pensavam que não iria
Decepcioná-los fracassei levei de roldão as
Tentativas as competições as oportunidades as
Tentações nunca nunca mesmo ousei estúpido
Estúpido estúpido mil vezes estúpido durmo
Nunca acordei não sonho não tenho recordações
Dos sonhos que já tive nunca os realizei penso
Que não tenho memória na lembrança o que
Trago é um vazio de morte uma ausência de
Gravidade uma falta de atrito de fricção um vácuo
Não presto atenção nas coisas não observo a
Natureza não absorvo o orvalho não bebo o
Sereno não me embriago com a névoa de manhã
Levanto-me como se não fosse de manhã como
Se não fosse comida bebo como se não
Estivesse bebido água a noite é para mim como
Se não fosse noite sol lua são me indiferentes
Sabe aquele defunto que espreita das frinchas do caixão
E o que sou aquele vampiro com a clava de madeira no
Coração? é o que sou não espere nada de mim se não
Quiser vir comigo para a perdição deixe-me ir sozinho
Não tenho nada com que possa comprar a tua alma
Meu sangue virou soro não presta para que pague
Com sangue se tiver algum crédito contigo venda-me tua
Alma então talvez encontre uma chama de ousadia
Ou uma faísca de razão ou um lume de percepção
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