Um Don Juan se fosse um Don Juan
Exalasse de mim aromas perfumes
Fragrâncias que deixassem as mulheres
Todas embriagadas por mim bêbadas
Tais loucas malucas a implorar beijos carícias
Afagos amor a arrancar os cabelos desesperadas
Mas não sou o dinheiro tenho só o coração
Não tenho o cifrão não tenho o instrumento
Que teve o Porfírio Rubirosa o famoso taco de
Beisebol a famosa mão-de-pilão o verdadeiro
Dito pé-de-mesa meu sonho é realizar uma
Mulher coisa que nunca fiz deixá-la
Satisfeita feliz nunca deflorei uma virgem
Envolvi-me com putas tristes alegres
Bandidas mantenho todas na memória
As lembranças as marcas das doenças que
Transmitiram-me beijei lábios com herpes amei
Corpos sifilíticos seios seccionados mulheres com pústulas
Cobertas de chagas a me chamar de porco enquanto
Masturbava- me para encher o chão do quarto
De sêmen misturado com sangue pus das
Feridas abertas crônicas gangrenadas perturbei
Mendigas debaixo das marquises pelas madrugadas
Queria saciar a carne em qualquer tipo
De podridão encharcado de álcool irreconhecível
Budelaire Rimbaud Bocage se envergonhariam de mim
Escorregariam pela penumbra sorumbaticamente
De espreita das frinchas das portas olhariam
Melancólicos para esta degradação do ser que os
Deixaram espavoridos como a luz deixa os vampiros
Um Don Juan se fosse um Don Juan tivesse
As boas recordações sadias que teve o grande Gabo
No meu aniversário se também chegar lá
Onde chegou gostaria de me presentear com uma
Virgem bem formosa para me purificar
Esquecer minhas mazelas apagar as manchas
As nódoas os estigmas malditos que ficaram em minha
Pele enchê-la de gozo fazê-la gozar como um
Burro faz com uma égua assim morrerei purificado
Salvo para soerguer-me ressalvado sacudir as cinzas
Chacoalhar os ossos recarnados com novas fibras
Músculos tendões sou reencarnado
Nenhum comentário:
Postar um comentário