Quero viver não sei viver pois viver é difícil
Perigoso arriscado complexado quero
Compreender não compreendo
Sou incompreendido quero entender
Não entendo não sou entendido
Depois de mais de meio século
Sem ousar usar de audácia vejo-me
Ao nado no mar da mediocridade
Impedido de vir à tona pelos complexos
Sempre puxado para o fundo pelo peso do
Bloqueio afogo-me em mágoas à toa
Recheio-me de ódios de iras
De invejas de vaidades as algemas
Do orgulho prendem-me os pulsos para
Impedir-me de reagir contra a
Inércia a inatividade latejo no
Sedentarismo mental não planto
Nada no terreno vegetativo do meu cérebro
Minhas memórias não produzem frutos minhas
Lembranças não geram fatos minhas
Recordações são chamadas de boatos nunca
Fui não vou nem irei não sou
Amigo do rei não existiu uma
Mulher que pude dizer que amei à todas
Uma só coisa fiz frustrei mulher
Frustrada é vingativa é a pior
Inimiga que um homem pode ter
Pior até do que a morte envenena
Dilacera com a língua destrói com a
Palavra não adianta digressão não
Adianta pedidos de desculpas de perdão
Passa a ser o fim da linha à rua não se
Pode mais sair sem ser apontado em
Praça pública como a ser aquele que
Não soube amar uma mulher
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