cadê a minha bela arte? cadê a minha arte
plástica de carne osso? cadê meu colosso
de rhodes? cadê meu talos guardião? cadê
meu gigante de maratona? cadê a minha
única maravilha do meu mundo real? dos
meus universos siderais espaciais
angelicais celestiais divinais dimensionais?
cadê meu pensador de rodin? cadê minha
pirâmide do egito? cadê minha esfinge de
gizé do vale dos reis? cadê meu rio nilo?
cadê meu rio eufrates? cadê meu rio tigre?
minha miragem meu oásis do meu deserto
de saara? cadê meu elefante branco de neve
meu mastodonte meu mamute? cadê meu
urso polar? não sou artista autista severo
para fazer tudo outra vez não sou arquiteto
dos universos nem dos versos não sou deus
artesão nem tenho tesão de manufatureiro
não sou mestre talhador esculpidor escalador
de dunas raras cadê meu entalhe nunca
moldado por mãos amadoras? cadê minha
força de gravidade? meu campo magnético
gravitacional? cadê minha atmosfera? cadê?
cadê? cadê? não quero mais morrer sozinho
levar nas costas uma morte sem grandeza
levar uma morte pequena ingrata uma morte
sem motivo não quero levar uma morte ruim
mal acabada incompleta sem plenitude quero
uma morte repleta de vida uma morte que
abale os universos que cause a instabilidade
interplanetária que cause o caos no infinito
cadê a teoria da relatividade que roubei do
einstein lancei num acelerador de partículas
vi todas as partículas de deus desvendei todas
as conjecturas porém não soube evitar a
minha obra-prima que me foi roubada
BH, 050802024; Publicado: BH, 0230902024.
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