Livre das selvas que trazes
Na garra - o pavor da terra,
No peito - as canções da guerra
Nos olhos - chamas audazes!
Quando convulso tu bramas
Nas brenhas - bravo, possante -
E o Sol te arranca, ofuscante,
Do olhar - punhados de flamas!...
Quando na raiva sem termos -
Povoas - fremindo forte
Com um poema de morte
A calma mudez dos ermos!;
Lembras o meu coração!...
Livre qual tu, qual tu forte
Freme, palpita sem norte
De meu peito na solidão!...
Salta - estaca - bravo, lesto
Cheio de amor e ódio, deixa
Uma blafêmia uma queixa
Um poema em cada esto...
Se a trevosa e fria vaga
Da desgraça nele bate
Ele blasfema am embate
Crê Satã e ruge a praga!
Jaguar! ida a raiva tua
Imóvel, calmo tu lavas
Do sangrento olhar as lavas
No argênteo clarão da Lua...
Meu coração - ida a dor
Chora e canta - entre a soidade -
- No saltério da saudade
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