Meu bem escrevo como quem morre
Como quem morre afogado sufocado
Como quem não sabe nadar nada como
Quem não sabe o que escreve escrevo
Tal herege preste a morrer na fogueira
Da inquisição com poema apenhado do
Feitio de peanha posto em peanha igual
À poesia extraída das vísceras do cadáver
Meu bem escrevo como quem sofre como
Quem precisa dum aplanamento dum ato
De aplanar o terreno erosivo numa
Aplanação impossível num nivelamento
Indispensável meu bem qual o aplanador
O que aplana a dor impede que chegue à
Alma pois preciso me sentir aplanado
Nivelado no fundo aplainado no íntimo
Plano no superficial liso na aspereza
Quero preciso demonstrar ao submundo
Do mundo imundo minha imundície na
Aplanação de tudo de todo aplanamento
Necessário à felicidade do coração meu
Bem faças bom o meu aplainamento
Tenhas em mim todo uma ação de
Aplainar planalto ao deixá-lo nivelado
Meu bem ornado plano de liso meu
Amor aplainado todo no meu prazer
Sobre o teu corpo aplacador meu bem
Escrevo assim asfixiado como quem morre de amor
Nenhum comentário:
Postar um comentário