Sentimento sem sentido ou direção não convém ao coração
E o ser que já é pequeno vira então um anão de espírito turvado
E turbado e abalável que a alma rasga igual velho papel de ente
Que fica doente e entidade que perde a felicidade e o corpo
A vida e a vida ganha a morte e o azar ganha da sorte sem sorteio
E o sonho vira pesadelo de quem caiu num despenhadeiro e foi
Coberto pelo desmoronamento duma falésia que descia duma
Pradaria ao vale que sorria à sombra duma duna manufaturada
Grão por grão à penumbra da assombração que se aboletou nas
Costas do ancião que com ânsia vergado sem vara e sem cajado
De joelhos ralados e os punhos esfolados e os couros das mãos
Calejados com marcas de cravos cravejados e costas cicatrizadas
De feridas crônicas feitas a ferro quente e equilibrava-se no
Vácuo Atlas com o mundo nos ombros e sobrenatural o
Olho do universo mostrou o resistente calango no alto do
Muro que foi todo cimentado a manter a geração e seguiu
Seu destino de lutas pois o outro nome da natureza é seguir
É continuar a vida e a mover o universo e mesmo que seja
A última coisa que se há de fazer para registrar uma
Fenomenologia fenomenal duma cadeia universal
Orgânica ou inorgânica e cíclica ou acíclica e fechada ou
Aberta e errada ou certa e o firmamento é quem indica a
Frequência a se seguir e desde que se diga para poder
Existir e brilhar enquanto a luz quer nos resguardar
Das trevas do caminho sem lâmpadas nos pés.
BH, 01801102020; Publicado: BH, 0260602022.
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