Livre? não solto das correntes longe
Das algemas dos grilhões mas livre
Não liberdade é outra palavra escrita
Noutra estátua erguida num mar de
Vingança estátua de sal a flutuar no
Oceano sem esperança futuro? não há
Futuro no escuro da mente há trevas
Muitas trevas argueiros nos olhos nossos
Alheios semelhantes dessemelhantes
Escravo? ainda servil? sempre rebelde?
Nunca indignado? com nada aceita?
Tudo de olhos fechados parte? fico
Não mudo o medo maior do que a
Mudança do que a partida a ida
É abortada a liberdade fica lá a
Prisão é aqui não queremos a
Liberdade nem tarde ou de noite ou
De manhã para quê? temos cabrestos
Temos freios rédeas arreios selas enfim
Temos donos que nos adestram nos
Ensinam a obedecer temos mestres
Somos amestrados servimos cães
Dóceis ainda não paguei minha
Alforria meus donos estão afoitos
Nervosos querem saber tudo de mim
Filmam-me a sorrir pelas ruas da
Cidade cadastram-me enchem-me
De números senhas tatuam na
Minha alma espíritos santos deuses
Mas sou escravo pagão preto velho
Arrebatado da África não quero
Saber das leis deles dos deuses deles
São as prisões as cadeias calam meus
Tambores meus atabaques agogôs
Meus tantãs ensurdecem meus surdos
Emudecem os gongos meus cantos
Lundus livre? sim agora um vodu
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