quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Deixarei meu estômago roncar bem de fome; BH, 02501202012; Publicado: BH, 0190202015.

Deixarei meu estômago roncar bem de fome
É só quando sente fome muita fome que o
Homem percebe que não passa de homem
Quando está com a barriga cheia com a cara
Cheia o homem se sente um deus se passa
Por herói super-homem deixarei meu
Estômago vazio por uma boa parte do dia é
De barriga vazia que poeta chora poesia
A poesia que não for chorada com dor é
Poesia que não tem valor poema parido só
Em parto de risco a ponto de para nascer
Matar a mãe o pai a si mesmo deixarei
Meus olhos verterem quando não houver
Mais lágrimas olharei para o sol de olhos
Arregalados para acabarem de ser secados
Meu sangue que não é sangue real não é
Sangue azul é artificial deixarei jorrar nesta
Hemorragia ao escoar a última gota usarei
Pena de caneta para fazer o meu testamento
Cada letra vale uma pérola cada palavra vale
Um diamante meu cadáver não valerá um
Quilate do ouro mais vil ou do ouro de tolo
Se conseguir chamar a atenção para a falta
De atenção com as coisas da vida serei um
Morto realizado um defunto profundo no
Fundo duma cova de sepultura sem lápide
De identificação epitáfio aqui jaz um anão

Nenhum comentário:

Postar um comentário