terça-feira, 27 de agosto de 2024

vivi pouco morri muito

vivi pouco morri muito
continuo a viver pouco a morrer cada vez mais
falta de sapiência presença de insipiência
ausência de incipiência de atitude dalgo de
virtude tais ânimo de luta marcha marcial de
pensamento rigorosa inflexivelmente audaciosa
triunfal porém quem vive pouco
não é alguém morre todo dia é morto
o ninguém é morto o dia por não
ganhar a vida não ganhar a sorte a 
perder o que se busca a luz do amor
perfeito que os goivos que trago no
peito me deixam com defeito por
atonalidade que olvidei porém
aconteceram no meio das perpétuas
que me deixaram saudades
lembranças lambanças lambuzadas memórias
retorcidas recordações perdidas nos 
pântanos do morto que gerou outro morto
que morreu já morto doeu mais do que vivo
não houveram ópios papoulas fumos álcoois 
que entorpecessem o drama ao fim
de cada ato não acabou a cena
o cine continuou infinito
sem câmara na mão ideia na cabeça
só geleia geral gelatina parafina brilhantina
vaselina no cu da menina malina albumina
mamãe não está em casa está no shopping
papai foi trabalhar matei aula hoje
vim para cá quero te dar
para te fazer feliz
mas morreste desde ontem

BH, 080802024; Publicado: BH, 0270802024.

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