Aonde andarão meus ossos de minha caveira
Meu esqueleto fóssil cadê? meu esqueleto de
Marfim que plantei no jardim? qual demônio
Feiticeiro roubou-o? que sacerdote macumbeiro
Fez de minha costela patuá? qual xamã fez dos
Meus espinhos vodu dançou ao espalhar as
Minhas cinzas pelos canteiros? que bruxo mago
Fez talismã do meu osso sacro qual preto velho
Benzeu amuleto com meus restos mortais? nem
As rezas-bravas de minha avó preta ou as
Orações da minha avó índia curaram meus
Quebrantos esperneio inda choro com caxumba
Pirraço com espinhela caída coço-me todo é
Cobreiro pelo corpo cadê a arruda de guiné?
Prometeram-me um corpo fechado fecharam-me
O ser a alma o espírito não vou mais vagar de
Cemitério em cemitério a procurar alguém terá que
Dar conta dos meus pedaços que foram feitos de
Despachos nas encruzilhadas do meu sangue
Que foi usado em pacto em ritual sem a minha
Ordem explícita terei que recompor-me não
Sei como restaurar-me a alma pasteurizar-me o
Espírito se os encontrar por aí perdidos
Retificar-me o organismo reatar-me aos
Elementos juntar esses despojos
Pedir a alguma mulher puta que saiu da minha
Costela para soprar nas minhas narinas à
Meia-noite cadáver reencarnado fingirei
De vivo entre os mortos
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